“[...] mas sob a tua palavra lançarei as redes [...]” (Lucas 5.5)
Quantas vezes nossas palavras não têm demonstrado um sentimento de fé como as proferidas pelo apóstolo? Em quantos momentos nossas palavras têm produzido um efeito contrário para os corações que as ouvem? Refletem aquilo que está errado dentro do nosso coração: o desânimo, a insensatez, amargura, o descontentamento, a fragilidade e inconstância. Sim! Corações mornos, cheios de altos e baixos. Em um momento cheio de Deus e fé; em outras vezes, abatidos, temerosos. Como podemos alcançar vidas para Jesus, se por meio das nossas próprias palavras muitas vezes não demonstramos uma verdadeira transformação?
Os apóstolos passaram toda a noite pescando e não encontraram nada, mas quando ouviram a voz do Mestre, todo o abatimento desapareceu. Vocês poderiam então me dizer: “Mas eles ouviram a voz do Senhor!” E então eu lhes pergunto: “E você? Também não tem ouvido a voz do Senhor? Não tem mantido comunhão com Ele?” Como diz a própria Palavra: “Não sejas incrédulo, mas crente…” (João 20.27,29).
Acredito que muitas vezes nos comportamos de forma bastante egoísta, só pensando em nossos próprios problemas, desilusões e isso só faz com que as pessoas se afastem e não procurem a nossa companhia, o nosso conselho, a nossa verdade e perdemos a oportunidade de nos tornarmos verdadeiras testemunhas da Palavra do Senhor, como Ele ordenou que o fôssemos.
Sabemos que um dia daremos conta de toda palavra frívola que dissermos (Mt 12.31). E o que vem a ser isso? “Palavra sem importância, sem valor, vã, fútil, leviana, volúvel” (dicionário Aurélio). Palavras jogadas ao vento, que voltam vazias, que não produzem bons sentimentos como o amor, a alegria, a esperança e a fé!
Será que as pessoas têm gostado de ouvir o que andamos dizendo por aí? Têm procurado os nossos conselhos? Examinemo-nos e reflitamos sobre o que o Espírito nos diz: “Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar [...]” (Tg 1.19) e ainda, “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1.22).
Enfim, que a oração do nosso coração busque a semelhança sincera com as palavras pronunciadas por Davi no Salmo 19.14, quando diz: “As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!”.
“Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe, e faça resplandecer sobre nós o rosto; para que se conheça na terra o teu caminho e, em todas as nações, a tua salvação” (Sl 67.1,2).
::Ana Lúcia Lemos
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